Na calada da noite, a luz fere, Lúcifer,
mas neste movimento líquido, que não pertence a qualquer divindade,
enalteço a sucinta dose de lucidez que faz de nós a verdade
num estranho lago de ossos.
Quem dera a muitos poder consultar os astros do seu próprio entendimento
sem lânguido sacrifício, sem mortal peneira, sem avistar o firmamento.
Quem dera a muitos ter a força dos capazes e dos vorazes,
porque longa é a senda em que saciamos a cópula.
Os corpos estelares somos nós
que continuamos a dar nós
ao pó dos nossos dias,
pondo de parte o fogo que nos une
e que nos liberta;
desperta!
Entretanto, dei outro nome ao inferno. Chamo-lhe amor.
Tens uma escrita sólida e eu curto muito.
ResponderEliminarMuito obrigado, Paulo!
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