concedo a viagem ao mundo do silêncio
partilhado pelos sem-luz.
Penetro nos oceanos da bem-aventurança
e afogo-me no fedor das roupas
e na falta de esperança.
Permaneço na escuridão até não conseguir ver.
O que lá encontro, não será sempre bonito,
mas é melhor do que estar cego.
O sortilégio da psique aparece frequentemente sem ser convidado,
neste surto malfadado,
logo após a explosão dos olhos.
Aquele que é estranho,
que dê um passo em frente.
Quero conhecer-te.
Torna-te agora a fonte de inspiração
e cai sobre mim,
como a musa em transe.
Cai sobre mim,
como a chuva que encarde
a cidade.
Cai sobre mim,
como o labirinto dos gritos.
Hoje adormeci assim.
Com o tempo virado a mim.